Diariamente sobe dos nossos lábios até à Virgem Santíssima esta súplica filial : " A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas". É uma grande verdade. Para nós a terra é um vale de lágrimas. Como uma procissão interminável de peregrinos, os homens vão serpenteando por este mundo. Cada um, pequeno ou grande, pobre ou rico, novo ou velho, homem ou mulher, tem de levar a própria cruz aos ombros. Vai percorrendo com ela as estações da vida, até chegar ao fim.
Porque ao fim chegamos todos......
Mas neste mundo tudo passa, não é uma loucura edificar a nossa vida sobre o que é transitório? Não ouves na tua própria casa como o tempo vai serrando incessantemente a árvore da tua vida? Quantas oscilações executa o pêndulo do relógio de parede tic-tac, tic-tac outras tantas realiza a serra que vai cortando a árvore da tua existência. Pode haver homem tão néscio que queira levantar para si um lindo palácio, uma casa com muitos andares, uma moradia esplêndida sobre a areia, sobre a terra movediça? Eternidade!....... sim, é a armação de ferro. Eternidade!.....sim, é o alicerce sobre o qual posso edificar com segurança.
O oceano do tempo vai arrastando incessantemente os blocos de gelo da vida. Mas nós temos um parapeito resistente, a que nos podemos segurar contra as vertigens. É a fé na vida eterna. E se for capaz de escutar, com semelhantes pensamentos, as advertências da morte, no momento da despedida verificar-se-á também em mim a promessa do Salmo : " Quem se acolhe ao asilo do Altíssimo, descansará para sempre sob a protecção de Deus do Céu. E dirá ao Senhor : Vós sois o meu amparo e refúgio : o meu Deus em quem esperarei.(Salmo, 90,1-2)
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