Sufrágio

16 de jan. de 2011

O Purgatório.



A justiça e a misericórdia.
Existe o Purgatório, isto é, um lugar de expiação onde se purificam as almas para a visão beatifica.
Quem é digno de subir à Montanha Santa? Quanta Santidade e pureza de vida exige o Senhor dos que há de admitir à sua presença, à presença daquele Deus três vezes santo, ante o qual os Serafins cobrem as faces com suas asas e os céus repetem: Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos!
A pobre criatura humana tão miserável, nem sempre, ao deixar a terra, é bastante pura e santa e merece a presença do Senhor, a visão beatífica. E também como há de ser condenada às Chamas eternas a alma que, embora não tivesse pago a dívida dos seus enormes pecados na penitência desta vida,não é todavia merecedora do castigo eterno? Há de encontrar o céu? Não. Lá só se encontram os santos e os puros de coração. E que pureza angélica requer a divina Justiça para o céu!
Há de ser condenada ao inferno? Oh! não. A misericórdia divina jamais o permitiria. Faltas veniais, imperfeições, falta de penitência dos pecados graves, tudo isto, é bem verdade, exige castigo e sem a penitência não se há de entrar no céu. Porém, a Justiça e a Misericórdia divina se uniram. E inventaram uma obra-prima desta mesma justiça e desta misericórdia infinitas do Senhor.
O pecado será castigado, a dívida exigida pela justiça será paga até o último ceitil, mas a infinita misericórdia há de salvar a pobre alma culpada, há de lhe abrir um dia as portas do céu.
Existe um Purgatório!
Não é consoladora e racional a doutrina da Igreja neste dogma?

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