Havemos de chorar nossos mortos e a religião não nos pode proibir as lágrimas tão justas, quando sentimos nosso coração ferido pelo golpe duro da saudade. Todavia, havemos de chorar cristãmente nossos defuntos queridos. É mister lembrar-se deles mais com orações e sufrágios do que com lágrimas estéreis. O pensamento do Purgatório é um consolo. Sabemos que podemos ainda auxiliar, valer e socorrer nossos entes queridos. É bem possível que padeçam no Purgatório.
A religião de Nosso Senhor Jesus Cristo não proibe que choremos os nossos mortos queridos. Podemos, pois, render a estes o tributo de nossas lágrimas e de nossas saudades. Como nos custa ver arrebatados pela morte dos entes com os quais convivemos, nosso pai, nossa mãe, nosso filho, nosso irmão, nosso amigo!...
A religião, si bem que nos ensine a ser fortes na dor e a meditar na Paixão de Jesus Cristo, não nos veda aquelas lágrimas e saudades. Ela não tem o estoicismo pagão, estúpido e anti-natural. Pois Jesus não chorou na sepultura de Lázaro? Não choram, na Paixão, Maria e Madalena e as Santas Mulheres?
A religião nos permite chorar do mesmo modo os nossos mortos. Quer apenas que o façamos, não com os pagãos, desesperados e desiludidos, mas como quem tem esperança na vida eterna e crê na imortalidade. Choremos a separação dolorosa, mas com doce esperança de que, um dia, numa pátria melhor, onde não haverá nem luto, nem dor ou sofrimento de qualquer espécie de separação, tornaremos a ver todos aqueles que amamos aqui na terra. Como essa esperança consola! O Cristão não deve dizer com desespero,ante o cadáver gelado de um ente querido:
- "Nunca mais te verei! Adeus para sempre"
Não! Embora em pranto, suas palavras devem ser estas:
- "Ate ao céu! Lá nos tornaremos a ver e seremos para sempre felizes!"
O dogma do Purgatório, tão em harmonia com nosso coração, nos diz que podemos ainda ajudar nossos mortos queridos para podermos dizer-lhes: até o céu!.
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