Sufrágio

1 de abr. de 2011

Razões de Sentimentos.

Vemos tantos entes queridos que deixaram esta vida, é verdade em boas disposições, mas como eram culpados de certas faltas e não haviam feito uma penitência devida, receamos às vezes pela sua salvação.
Todavida nos diz o coração que não podiam se perder. Eram bons, tinham qualidades apreciáveis, foram talvez caridosos e fizeram algum bem nesta vida. Admitir que estejam no céu depois de tantas faltas e defeitos e ausência de penitência, não o podemos. Dizer que estejam condenados, é muito duro, e, apesar de tudo, como poderiam terem se perdido almas tão caridosas e boas e que fizeram algum bem neste mundo? A ideia do Purgatório se impõe necessariamente à nossa razão antes de se impor à nossa fé.
Escreve o Padre Faber: " O Purgatório explica os enigmas deste mundo. Dá solução a uma multidão de dificuldades. Em face deste sistema, que poderíamos chamar o oitavo e terrível Sacramento do fogo que atinge as almas, às quais os sete sacramentos não deram uma pureza perfeita. O Purgatório é uma invenção de Deus para multiplicar os frutos da Paixão de nosso Salvador e que Ele estabeleceu prevendo a grande multidão de homens que deveriam morrer no amor de Deus, mas num amor imperfeito.
Não é uma continuação além-túmulo das misericórdias prodigalizadas no leito? Isto nos esclarece tanto e nos faz supor que muitos católicos se salvam, principalmente os que vivem neste mundo na pobeza, no sofrimentos e nas aprovações. O dogma do Purgatório também encontra fundamentos e raízes no coração humano, escreveu Mons. Bougaud. É um intermediário entre a Justiça e a Misericórdia, como o divino auxiliar do amor. Tirai o Purgatório, e a justiça seria terrível. Seria inexorável. Felizmente, está aí o Purgatório. O Amor infinito o criou. O Purgatório não serve apenas para temperar e satisfazer a justiça. Serve também para dilatar a misericórdia. Serve para explicar a misericórdia de Deus, que se contenta, na hora da morte, com um pouco de arrependimento do pecador. Não é pois consolador pensar na existência do Purgatório, pelo qual se poderão salvar tantas almas? A impiedade e a heresia, negando o dogma da expiação além-túmulo, se põe contra a razão. O Purgatório, diz ainda o célebre Mons. Tiamer Toth, é a melhor resposta aos erros da reencarnação. Há um sofrimento purificador depois desta vida. O cristianismo ensinou isto muito antes que as filosofias nebulosas do Oriente semeassem na alma do homem moderno o erro da reencarnação, que não tem a seu favor argumento de espécie alguma. Também nós pregamos que há purificação além-túmulo! Esta purificação se faz na justiça de Deus e com o fim de salvar uma alma por toda eternidade e torná-la digna da Pureza Infinita, que é Deus.  O Purgatório é um combate aos erros do espiritismo, porque nos manda orar e sufragar os mortos sem se preocupar em conversar com eles, na certeza de que estão nas Mãos da Divina Justiça e já não podem se comunicar com os vivos.Que dogma racional e de quantos erros e superstições no livra!.  

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