Sufrágio

6 de nov. de 2011

Duração do Purgatório.



Quanto tempo ?
Quanto tempo deve ficar uma alma no Purgatório? É uma pergunta impossível de responder. Não temos e não podemos ter nenhum argumento ou definição da Igreja e da teologia que nos possa garantir uma resposta certa a esta pergunta.
É um mistério e depende muito do modo de encaramos a questão. Bem sabemos que na eternidade não há mais tempo. Como julgar o tempo em relação à eternidade?  E demais, o sofrimento faz maior e mais difícil de passar o tempo entre nós. Quantas vezes um minuto nos custa mais a passar que longas horas?  Pois o sofrimento horrível e intenso das pobres almas faz com que os minutos lhe sejam anos e até séculos. Aqui, havemos de fazer como todos os autores que tratam do Purgatório: recorrer às revelações particulares. Elas nos esclarecem, e algumas bem provadas e até sujeitas a processos canônicos rigorosos, como as dos Santos canonizados, nos dão uma garantia de que não se tratavam de ilusões ou fantasias mórbidas. 
Quanto à duração do Purgatório, de uma coisa podemos ter certeza, diz-nos Santo Agostinho: é que as penas expiatória não irão além do último Juízo no fim do mundo. 
A igreja supõe muitas vezes que as penas do Purgatório sejam longas, quando permiti fundações de Missas e sufrágios por longos anos, e celebra aniversários de vinte, trintas, cinquenta e mais anos. Permite fundações perpétua de Missas. Ninguém sabe, diz Cesário, quanto tempo, quantos anos deverá ficar no Purgatório uma alma. É para nós, diz São Roberto Belarmino, coisa muito incerta. Poderíamos considerar duas espécies de duração do Purgatório - uma positiva e que corresponde à medida do tempo tal como o contamos neste mundo, e a outra fictícia ou imaginária, a que pensam as almas pelo sofrimento que as faz perder toda noção do tempo. Daí o veremos em revelações particulares pobres almas que estavam apenas algumas horas no Purgatório, queixarem-se de anos e até séculos de abandono naquelas chamas.


(Texto tirado do livro Tenhamos compaixão das pobres almas!) Mons.  Ascânio Brandão. - 1956 -

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