Sufrágio

21 de ago. de 2010

Os Esquecidos

Como são esquecidos os mortos!
Santo Agostinho se queixava de que os mortos são muito esquecidos.Realmente, Vai-se logo a memória dos defuntos com as derradeiras flores lançadas sobre a sepultura. Quando morremos, partimos para aquela região que a Escritura chama terra oblivionis ( a terras do esquecimento.) Não tenhamos muitas vaidades nem ilusões. Seremos esquecidos!
Quem se lembrará de nós alguns anos após a nossa morte? Talvez uma lembrança vaga, uma evocação de saudade muito apagada. E como somos orgulhosos hoje! tanto nos fere à mágoa um esquecimento mesmo involutário! felizes os que se desiludem e se desapegam das amizades e vanglórias da terra antes que chegue a Mestra e Doutora da vida a Morte!
Como se compadecem todos dos enfermos! Que carinho e solicitude e mil sacrifícios em torno do leite de um doente que geme! Porém, veio a morte.Pranto, homenagens sentidas, flores, túmulos e....... esquecimento. Hoje afastam a idéia da morte como se fossemos todos imortais. É mister esquecer os defuntos, deixalos no tumulo, evitar esta preocupação doentia da morte e da eternidade.
Morreu....... acabou-se! Vamos rir, vamos dançar e cantar. Deixemos que a vida corra alegre e feliz. Não pensemos mais na morte e muitos menos em mortos. Não é assim que fala e age o mundo louco e materialista de hoje?
Ai! como são esquecidos os mortos! O materialismo estúpidos não compreende nem a beleza, nem a consolação, e o culto da memória dos mortos como o tem a Igreja Católica. Para nós, eles não morreram, mudou-se-lhes a condições de vida: Vita mutatur, non tollitur!
Na sepultura não se acaba para sempre o homem. cremos no que dizemos cada dia no Credo: Eu creio na ressurreição da carne e creio na vida eterna.
A piedade para com os mortos é um ato de fé na vida eterna, uma doce ceteza de que nossos mortos queridos não estão perdidos para sempre ao nosso amor. Havemos de os encontrar um dia no seio de Deus! como é doce, consolador e belo crer na imortalidade e esperar a vida eterna. Pois se cremos na vida eterna, cremos no purgatório. E se cremos no purgatorio: oremos pelos nossos mortos.
-Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno!
Não sabemos então que é nosso interêsse orar pelos mortos?
Um dia também iremos para eternidade e nas chamas do purgatório acharemos tudo quanto tivermos feito na terra pelos mortos. Vamos, pois fazer penitência,Missas, Rosarios, orações fervorosas pelos nossos mortos queridos.
Como são esquecidos os mortos! exclama Sto. Agostinho! e no entanto, acrescenta Saõ Francisco de Sales, em vida eles nos amavam tanto e (quem sabe?) estão no purgatório por nossa causa....
Nos funerais, lágrimas, soluços e flores. Depois, um túmulo e o esquecimento......
Como são esquecidos os mortos!
Tende compaixão de mim!
Tende compaixão de mim!
Miseremini mei! Miseremimi mei!
Tal é o gemido do purgatório, o gemidos das pobres almas esquecidas.









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