Sufrágio

6 de mai. de 2011

Advertência da Morte.

Paraste alguma vez, amigo leitor, no meio duma ponte, sobre um rio cujas águas arrastam com impetuosidade enormes blocos de gelo?
Repara nesses blocos, e não é necessário demorar-te a olhar muito tempo. De repente, parece que toda a ponte se move debaixo dos nossos pés e que nós também nos movemos e vamos arrastados pela corrente. Instintivamente agarramos ao parapeito, à procura de um ponto fixo que resista ao ímpeto das águas. Parecidos sentimentos de inquietação se apoderam da alma todas as vezes que pensamos na caducidade das coisas deste mundo, no grande e caudaloso rio da vida, todas as vezes que  observamos como neste imenso oceano do tempo as vagas desta vida vão passando rapidamente por debaixo de nós. Nestes transes, parece-nos que também nós somos arrastados na vertigem da vida que passa, e instintivamente agarramos à fé neste dogma da vida eterna, único parapeito que oferece confiança aos mortais.
Por muito séria e honrada que seja a nossa vida, não podemos negar que também nós, os cristãos, nos deixemos impressionar com o pensamento da morte.
1º Nós impressionamos ao pensar que depressa passa a vida. Assustamos ante a perspectiva da morte certa. Não permitamos que esta impressão deprimente degenere em sentimentalismo; mas procuremos encontrar nela um aviso salutar. A morte adverte-nos.
2º Chamai-nos a atenção para a nossa responsabilidade;
3º E para a obrigação que temos de cumprir os nossos deveres.
Pois queira ou não, meu amigo, um dia iremos prestar contas a Deus de tudo que fizemos e aquilo também que deixamos de fazer,e iremos ver que tudo aquilo que não fizemos para a Glória de Deus e para o crescimento do nosso próximo e para a nossa santificação, foi um tempo perdido, que não voltara nunca mais, e quantas vezes deixamos de fazer a nossa obrigação como Cristão por preguiça, por comodismo, ou mesmo por falta de amor para com o próximo,e o tempo favorável é este, enquanto estamos com saúde e estamos com vida, pois a vida é breve e sem percebermos estamos a cada dia nos aproximando da morte.

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