Sufrágio

5 de out. de 2010

No Purgatório


Quando levamos nossos mortos queridos à sepultura, costumamos dizer: descançaram!......
Sim, descançaram das fadigas e lutas desta vida que é um combate no dizer expressivo de Jó:
-a vida do homem neste mundo é um combate. Porém, descançaram já no seio de Deus?
Estão já no eterno repouso do céu?
Ai! é tão grande a fragilidade humana, que bem poucos, raríssimos, são os que deixaram esta vida e entram logo no céu.
Os mortos entram, sim, na paz do Senhor, mas na paz da Justiça, geralmente na paz da expiação do Purgatório.
O Purgatório é lugar da paz. Lá habita a doce paz dos eleitos, dos que resignados e cheios de amor e de dôr cumprem a sentença e se purificam à espera do céu.
Já se chamou ao Purgatório, e com razão, o vestíbulo do paraiso.
É o pórtico da eternidade bem-aventurada.
Sim, nossos mortos descançam, mas sofrem, e sofrem muito mais do que tudo quanto padeceram nesta vida. O fogo das provações neste mundo, queima a palha. O fogo do Purgatório acrisóla o ouro.
É terrivel Em face da morte deveriamos pensar na expiação das pobres almas que foram prestar contas a Deus e talvez sofram no Purgatório.
Não digamos comodamente: estão no céu! estão no céu! Com isto padecem almas no Purgatório.
A Igreja pelas lições impressionantes da sua Liturgia quer que associemos ao pensamento da morte o da eternidade.
E, diz o Prefácio da Missa dos defuntos: si a condição da morte nos entristece, console-nos a promessa da imortalidade futura.
E depois, quantas vezes gemendo sobre nós, clama: Dai-lhes, Senhor, o descanço eterno!
Dai-lhes o descanço eterno!
Implora misericórdia para nossa pobre alma, lembra o juizo tremendo de Deus, e quer nos aliviar na chamas expiadoras do Purgatório.

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